quarta-feira, 9 de março de 2011

Como será o amanhã...


O mundo está envelhecendo.
Teve uma palestra sobre este assunto aqui em casa. Fui, disfarçando, disfarçando...consegui ficar como “penetra” entre as pessoas e escutei tudo sobre este tema, hehehe.
Foi falado sobre Alzheimer. Uma doença severa, degenerativa que compromete progressivamente o nosso cérebro diminuindo a memória, dificultando o pensamento, raciocínio, além de muitas alterações de comportamento.
Ela ainda não tem cura. Existe uma estimativa que no nosso país haja 1 milhão e 200 mil pessoas diretamente afetadas.
Ela compromete demais o núcleo familiar. E este é o ponto onde quero chegar.
Nos meus oito anos de asilos já vi inúmeras vezes essa doença se manifestar.
Temos também aqui em casa a mãe da Silvana com esta doença.
Como acompanho de perto, posso falar que é muito triste, no dia a dia, a Silvana ver sua mãe se tornar outra pessoa.
Atrevo-me, como um cão terapeuta, a questionar aonde fica a representação desta mãe. Aquela que foi o primeiro amor e na qual nos espelhamos.
É como encontrar a cada dia uma pessoa diferente e se dar conta que ela continua sendo a sua mãe.
Uma hora uma pessoa que não te reconhece, em outra muito brava, em outra perseguida por algo, em outra totalmente alienada, em outra muito bem e por aí vai...
Acaba sendo uma busca constante no encontro daquela mãe de outrora.
O seu amor não diminui, mas torna-se um “luto” diário, que dói demais.
Eu mesmo já passei por isto quando em visita ao asilo, na expectativa de encontrar aquela senhora bem legal que tinha me abraçado na ultima visita, encontro uma pessoa que não me reconhece mais e nem sequer me toca. Ainda insisto e fico cheirando, abanando meu rabinho na esperança de um olhar... e nada. Saio muito triste, apenas com o resquício do seu cheiro.
Agora eu compreendo as pessoas que deixam de cuidar, ou visitar seus entes queridos. Não é porque não gostam, mas é simplesmente porque não aguentam estar junto.
É preciso ser muito forte.
Talvez Deus queira nos mostrar as muitas faces de um mesmo amor.
O amor incondicional.
E disso, eu entendo bem.

4 comentários:

  1. muito bem, paraná, eu gostei do seu posicionamento au au au! minha mãe adorou e já falou para uma porção de amigos para que eles cliquem no seu blog. hoje vem o tio fabinho e nós vamos mostrar para ele. rabadinhas, meu irmão e colega! mais tarde apresentarei oficialmente o segovia para voce pois quando conhecermos alguem com alzheimer, já sabemos a quem encaminhar, pois voce pode minorar o sofrimento desta gente.focinhadas umidas julieta

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  2. Fantástica essa leitura meu irmão canino. A luta pela qualidade de vida dos nossos irmãos humanos e não humanos deve ser incondicional. Precisamos de mais apoio, precisamos de mais estudos, mais pesquisas e principalmente de mais união.
    Abraços de um bípede vegetariano...

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  3. Amei ler isso! Convivo com Alzheimer dentro de casa...e no trabalho também! Te entendo perfeitamente, Paraná. Mas é justamente isso, as diferentes faces do amor...e graças a Deus os cães acompanham os seres humanos para darem o amor incondicional!
    Abraços, carinhos e afagos

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  4. Paraná, fica tanquilo, que, mesmo não te reconhecendo, a pessoa acometida por essa triste doença reconhece o seu amor. O avô de nossa humana teve essa doença, da forma mais grave, e também foi muito triste... mas o amor é algo que se sente, mesmo que não se demonstre o sentimento. Fique tranquilo, continue abanando seu rabo, dando suas lambidas e enchendo o ambiente com seu amor, tá bom?

    Lambidas bem babadas de
    Bianca e
    Maria Clara

    e um grande cafuné da nossa humana de estimação
    Claudia Maria

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