“Eu
não sou brinquedo não”...
Vocês
pensam que eu estou cantando o refrão de uma música famosa... É verdade, mas de preocupação.
Estamos
na semana da criança. Semana de muito presentes e brinquedos.
Quero
deixar o meu registro que cachorro não é brinquedo não.
No
meu trabalho como cão terapeuta, já ouvi inúmeras vezes os profissionais nos
chamarem de “brinquedo vivo”.
Discordo,
nós não somos brinquedo de nenhuma espécie.
Somos
seres vivos, animais e temos sentimentos.
Li (não
estranhem, eu também leio sobre o assunto, sou um cão terapeuta, tenho que ser
muito bem informado, hehehe...) que um grupo de cientistas de renome mundial,
publicou um manifesto: Declaração de Cambridge
sobre Consciência, e, segundo o blog Espaço Terapia Assistida por Cães, os
animais possuem um grau elevado de consciência.
Helôôôôô.!!!..Se
estes senhores, finalmente conseguiram chegar a esta conclusão (bem óbvia a meu
ver), então por que de ainda nos tratarem muito mal?
Apenas não
nos expressamos como os humanos. Temos o nosso próprio linguajar, nossas próprias
expressões que às vezes são parecidas com as dos humanos. Afinal são 100.000
anos de domesticação...
Eu, como cão
terapeuta, sou muito dessensibilizado em comparação com os cães “normais”, ou
seja, sou treinado para receber toques em qualquer parte do meu corpinho,
aceitar diversos ruídos e odores, sem manifestar qualquer tipo de reação
adversa ao qual o humano está acostumado.
Isto não
quer dizer que as pessoas podem fazer o que querem com a gente, mas elas fazem,
pensam que somos diferentes, uns ETs...
É só falar
que somos cão terapeuta que vira uma loucura, um monte de mãos, gente em volta,
às vezes não dá nem para respirar. Mexem em mim em todos os locais (mesmo nos
mais inapropriados) e tenho que fazer “cara de paisagem”... pode?
Nós,
terapeutas, temos uma vida privilegiada de cuidados. Na realidade, fico mais
preocupado com os cães “normais”, aqueles que compartilham de muitos lares pelo
mundo afora.
Minha mãe
recebe inúmeros e-mails sobre famílias que compram cães, muitas vezes
caríssimos (segundo os valores humanos), e depois de cansarem do “brinquedo”
não os querem mais e simplesmente os abandonam. E o nosso afeto? E o vínculo
que criamos com eles? Tal qual ocorre com os humanos, nós, cães, também
sofremos, sentimos dor, tristeza, saudades dos nossos donos....
Fico
pensando nos valores que são passados de geração em geração entre os humanos:
Se um ser vivo, no caso nós, os caninos, não servimos mais, o que será que acontece
com os humanos quando se cansam uns dos outros?
Eu amo ser
quem eu sou, amo os humanos incondicionalmente, mas não sou brinquedo não.
E´para refletir mesmo ! Deveria ser melhor trabalhada essa terapia com cães ,. Porque tantas crianças ? porque não uma por vez ? O cão terapeuta não faz terapia ! Eu não submeteria nenhum dos meus cães a essa situação :(((
ResponderExcluirOi Claudete,apesar de todo treino, adestramento e cuidados, o cão terapeuta não sofre, ao contrário, ele adora o que faz, é viciado em carinhos. Ajudam demais dentro das instituições e clínicas e muitas vezes, se saem melhor do que os profissionais.Você precisa assistir uma atividade assistida e quem sabe mudar o seu pensar. O intuito deste artigo foi mostrar para as pessoas que cão não é brinquedo por meio da fala de um cão terapeuta tão experiente. bjs
ExcluirPerfeito!!!
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