terça-feira, 16 de novembro de 2010

Meu Primeiro Dia de Trabalho


Como o primeiro dia de tudo que fazemos, a nossa adrenalina vai a 1000.
Acordei super animado, excitado, ansioso, tenso e ao mesmo tempo muito esperançoso.
Aquele domingo seria o nosso “Debut” (meu e o da Silvana).
Como o de praxe, levantamos mais cedo do que o habitual. Após o nosso café da manhã, seguiu a sessão de higiene: escovação dos meus dentes e igualmente dos meus pêlos. Suportei tudo com muita calma, afinal, sabia que era por uma boa causa. Também tomei um banho de lavanda Johnson’s. Cheirava a bebê. Ainda hoje utilizo, virou meu cheiro.
Seguimos para o asilo Vivência Feliz. Foi escolhido pela Silvana por ser o mais carente e eu aprovei.
No caminho, eu juro, não planejei, mas novamente enjoei... Não acreditei que tinha acontecido tudo novamente e nem a Silvana.
Mas, desta vez, ela estava preparada. Foi munida com toalhas e lenços de papel para o que desce e viesse. Nada como uma boa estratégia.
Nós não conhecíamos a casa. Logo na entrada fomos recebidos pela monitora do Projeto, que foi super calorosa e nos deixou muito a vontade. Passou o que poderíamos fazer e não fazer.
Cada regra, eu olhava pra Silvana e ela pra mim e fazíamos: haha. E foi assim para todas as explicações: haha... haha... Mas no afinal somente se fixaram algumas, pois são tantas coisas para gravar que nem dá tempo pra processar, além dos meus estados de nervos e ansiedade.
Recebi uma bandana super linda, vermelha, com o Logo do Projeto. Senti-me super poderoso. Nunca tinha tido um uniforme de trabalho.
Era a hora de entrar. Novamente eu olhei pra Silvana e ela pra mim. Como algo sincronizado, respiramos fundo, entramos com os nossos “pés” direito.
Uhauuuu... Que coisa mágica. Estava adentrando num mundo totalmente diferente de tudo que tinha experienciado até então.
Quantos cheiros, quantas sensações, quantas pessoas, quantas histórias...
Ambos estávamos muitos nervosos. O que fazer? O que dizer?
Nos orientaram que nesta primeira visita seria para reconhecermos o local, ou seja, o território.
Cada pessoa que conhecíamos tinha um cheiro diferente, um olhar diferente, um carinho diferente, uma história diferente, mas todos tinham em comum o afeto.
Que gente maravilhosa, a maioria queria me tocar. Fui pego no colo, colocado na cadeira, no sofá, até na cama. Passaram a mão no meu corpo inteiro, nos pêlos, orelhas, focinho. E eu, adorando tudo e todos. Nunca tinha sentido tanta energia em tão pouco tempo.
Eu tentei retribuir todas as gentilezas. A Silvana tentava guardar todos os nomes e histórias, assim como eu. Muito difícil para um primeiro dia.
Após meia hora, estávamos exaustos. A monitora pediu para irmos embora. Senti alívio, mas ao mesmo tempo muita tristeza por deixar aquele pessoal tão amado.
Logo percebi que voltaríamos naquele local quinzenalmente. Que legal!
Voltando para casa, eu e minha mãe nos olhamos com cumplicidade. Estávamos certos, finalmente tínhamos encontrado um novo significado para as nossas vidas.
Ela me encheu de beijos e agradeceu novamente por torná-la uma pessoa melhor.
Quer um dia mais feliz e perfeito?  

3 comentários:

  1. oi parana, meu lindo amigo e dileto colega! sabe, eu agora estou fazendo um tratamento anti traumatico9 - traumatizaram-me com jornal, mas isto é coisa passageira. no mais, tudo em ordem. rabadas e focinhadas julieta

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  2. Oi Paraná parabéns pelo trabalho, nos do HU estamos ansiosos pela sua visita para as nossas crianças, e estamos trabalhando no projeto para enviar para Silvana avaliar, sabemos o quanto e importante mostrar o seu trabalho para a ciência, para que possa fazer muito mais pessoas felizes.

    Camila Pareja

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